O projeto “Uma tarde no museu: interdisciplinaridade para além dos muros da escola – Diálogos entre a história, arqueologia, mineralogia e paleontologia” – idealizado pelo professor Sérgio Augusto, responsável pela disciplina de História – foi pensado para ser desenvolvido em três etapas. A saber: conscientização, visita de campo e mostra de resultados.

A visita de campo se deu com a ida dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental II vespertino da E.E. Ordem e Progresso ao Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, localizado na cidade de Belo Horizonte. As visitas aconteceram entre os dias 19 e 20 de setembro, cada visita contando com a presença de 45 alunos do 9º ano e seus respectivos professores.

Contando com uma área com aproximadamente 600.000 m², o museu possui vegetação diversificada com bioma típico da Mata Atlântica, que reúne, além das nativas, espécies exóticas. O Museu dispõe de um acervo formado por aproximadamente 265.664 itens entre peças e espécimes científicos preservados e vivos (coleção científica de plantas e reserva vegetal) e contextualizados nas áreas da Arqueologia, Paleontologia, Geologia, Botânica, Zoologia, Cartografia Histórica, Etnografia, Arte Popular e Documentação Bibliográfica e Arquivística.

A ideia é que as ações educativas desenvolvidas neste projeto – antes, durante e depois da visita ao museu – auxiliem os alunos na compreensão dos conteúdos escolares que permeiam o cotidiano das aulas de História em sala de aula.

Por que ir ao museu?
Partindo da premissa de que a escola é um espaço de convivência social essencial na formação do aluno enquanto sujeito participante da construção de sua história e que os saberes e conhecimentos adquiridos nesta instituição dialogam com o mundo e toda a sociedade fora dela, o projeto em questão se justifica por oportunizar aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental o contato com áreas do conhecimento que dialogam com a História, tais como a arqueologia, a mineralogia e paleontologia, que sempre permeiam o cotidiano das discussões em sala de aula.

Nesse sentido, o aluno pode transportar-se para uma época distante da atual, o que o auxilia na compreensão dos aspectos sociais e econômicos vigentes naquele momento, as expectativas e interesses relacionados a tal contexto histórico, além de reconhecer a importância desse para a formação da sociedade atual. Nesse âmbito, trabalha-se para formar jovens que encontrem um novo sentido para o estudo da disciplina de História.

Trata-se de um desafio que requer uso de ações educativas articuladas e interdisciplinares que lhes ofereçam condições de ressignificar suas experiências cotidianas de viver a História, tornando-os capazes de identificarem nas suas relações traços de permanências, rupturas e transformações de experiências históricas de outros sujeitos, de outros tempos, lugares e culturas diversas e diferentes das suas.

Objetivos
O projeto teve como objetivo propiciar aos alunos uma aproximação lúdica dos conteúdos didáticos ligados à realidade social não raro distante dele, integrando-as a suas experiências e vivências cotidianas. Ademais, tal prática possibilita contribuir para a formação cidadã do discente, instigando a relação entre história e memória no seu processo de construção e ressignificação identitária.

Nessa perspectiva, podemos destacar que esse tipo de ação propõe-se a ampliar a produção de conhecimento e tornar a prática pedagógica mais flexível em relação ao ensino convencional. Apresenta-se aos alunos um contraponto às tradicionais práticas de ensino, que negam a interdisciplinaridade ao se apresentarem de forma monolítica, isto é, estática, pronta e acabada. Tal direcionamento torna o educando um ser passivo diante do saber e distante do processo histórico almejado.

Execução do projeto
O ônibus para a visita ao museu foi cedido pelo projeto Luiz Vidas, mediante contato com o Sr. Washington Guedes. Trata-se de uma associação que oferece serviços de ambulância, transporte e educação em toda a região metropolitana de Belo Horizonte e cidades próximas. Assim, os alunos tiveram que arcar apenas com o ingresso no museu e com o próprio lanche.

A visita teve início com uma caminhada pela mata, conduzida por monitores do museu e professores presentes. Durante a caminhada, todos tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a vegetação diversificada da mata do museu com bioma típico da Mata Atlântica.

Em seguida, os alunos e professores foram conduzidos aos espaços internos de visitação, como exposições de arqueologia, mineralogia, paleontologia e, por último, o famigerado Presépio do Piripipau.

Depois da visitação, foi proposto aos alunos a realização de uma analise própria, seguindo as especificações de um relatório da visita e pesquisa feita no museu, que foi entregue ao professor como forma avaliativa dos objetivos propostos no início da atividade. A mostra de resultados compreendeu a realização de atividades como redações, relatórios e desenhos sobre a visita de campo, bem como organização de uma exposição fotográfica sobre a mesma.

Impactando a vida dos discentes
Com esse projeto, o professor Sérgio e a E.E. Ordem e Progresso objetivam que as experiências vividas pelos alunos na visita de campo sejam compartilhadas com familiares e amigos, tornando-se uma prática cotidiana em sua vida a visita a museus e espaços afins.

Diante de um momento de tantos sobressaltos, o projeto intentou ainda o reconhecimento da importância de se valorizar o patrimônio histórico e cultural, contribuindo para a manutenção e preservação da história e memória de nossos antepassados, possibilitando, assim, compreender como se deram as relações do homem em sociedade no tempo e no espaço.

O Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG está localizado à Rua Gustavo da Silveira, 1035, no bairro Santa Inês, e você pode saber mais sobre acessando o site https://www.ufmg.br/mhnjb/. Não dá outra: nem o filme estrelado por Ben Stiller, com o qual o título do projeto faz uma divertida intertextualidade, proporcionou tão grande aventura.
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Fonte: sremetropb.blogspot.com.br
Texto: Alex Gabriel da Silva / SRE Metropolitana B
Adaptado de: Prof. Sérgio Augusto de Lima Júnior / E.E. Ordem e Progresso
Fotos: E.E. Ordem e Progresso

 

 

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