"A coisa mais bela que o homem pode experimentar é o mistério. É essa emoção fundamental que está na raiz de toda ciência e de toda arte." Albert Einstein

Nos últimos anos, a E.E. Domingos Justino Ribeiro, de Mateus Leme, vem desenvolvendo uma cultura de desenvolvimento de pesquisa científica básica, processo esse iniciado em 2014, em virtude da 1ª edição da Feira de Ciências e Tecnologia (FECITEC). Nesse âmbito, a escola já desenvolveu projetos que a levaram até mesmo a feiras nacionais, como a MOSTRATEC e a FEBRACE – havendo esta última rendido premiações importantes –, além de projetos com participação em feiras em Minas Gerais, tais como a FECETE, em santa Rita do Sapucaí, e a UFMG jovem, em Belo Horizonte. Concebendo os seus discentes como pré-universitários, a escola prima, em todas as suas atividades, por uma organização típica da formação de pesquisadores.

Os frutos do empenho da escola no contexto da pesquisa científica, no entanto, não param por aí. O projeto intitulado “Atividade Biológica e Fitoterápica da Planta Medicinal Himatanthus sucuuba” – em cuja elaboração houve a participação dos alunos Lays Costa Pires, Matheus Filipe Saldanha Pereira e Stéfany Teixeira Martins, da turma do terceiro ano dois – teve a sua publicação na Scientia Prima, revista digital e impressa que reúne a produção científica de estudantes pré-universitários de diversas áreas do conhecimento. Seu objetivo é viabilizar e difundir a publicação de artigos científicos de alunos regularmente matriculados no ensino médio/técnico ou de alunos que concluíram o ensino médio no ano anterior ao da submissão do artigo.

O objetivo da pesquisa foi investigar a etnologia e as atividades biológicas da planta Himatanthus sucuuba – árvore de grande porte, nativa da região amazônica – através de testes químicos e biológicos com o seu chá e o seu látex. Para tanto, foram realizadas pesquisas de campo, através de entrevistas semiestruturadas, para averiguar a percepção da população da cidade de Mateus Leme sobre a sucuuba.

Com essa experiência, os três estudantes envolvidos puderam vivenciar situações inusitadas e motivadoras. A pesquisa na Educação Básica tem caráter pedagógico de motivar e direcionar estudantes para a academia e, por isso, oferece benefícios psicopedagógicos que maximizam a visão empreendedora, científica e acadêmica. Ao longo da pesquisa, os três estudantes experimentaram sentimentos diversos, como ansiedade, medo, cansaço e perspicácia, mas, ao mesmo tempo, experimentaram a força motriz que mantém o ser humano vivo e ativo.

A professora de Biologia Fernanda Aires Guedes Ferreira, orientadora do projeto, e a professora de Química Larissa Amaral Diniz Tomaz, co-orientadora, defendem a pesquisa científica com foco em seu potencial de mudar os nossos jovens, permitindo-lhes sonhar e lutar pelos seus objetivos. "A publicação de resultados de uma pesquisa num periódico científico nacional é sem dúvida uma conquista que permite indagar sobre o quão importante é o desenvolvimento de ações coletivas de promoção da Iniciação científica na educação básica”. Segundo as professoras, o nosso sistema educacional precisa dinamizar ainda mais estas metodologias docentes, sobretudo através da consolidação de projetos sólidos e ativos para direcionamento dos jovens.

Já para a Diretora Delizete Alves Moreira, a concretização da pesquisa e sua posterior publicação vieram confirmar o seu papel enquanto educadora e gestora de uma instituição de ensino. “Quando me propus à gestão da Escola Estadual Domingos Justino Ribeiro, tinha conhecimento de que o saber não se faz somente entre as quatro paredes da sala de aula, e nem atrás dos muros da Escola, e ainda que gerir uma Instituição de Educação demanda muita responsabilidade e compromisso. Portanto, por acreditar e querer o melhor para os nossos alunos, não hesitei e nem hesito em apoiar projetos que possam culminar em conquistas”.

Todos os docentes envolvidos com o projeto defendem que, comumente, o envolvimento com a pesquisa leva os estudantes a colherem bons frutos científicos e profissionais, além, claro, de firmá-los como bons cidadãos. No contexto da Escola em questão, prevalece a certeza de que o desenvolvimento de projetos de pesquisa  no  ensino pré-universitário e sua posterior divulgação na forma de artigo científico oportuniza o reconhecimento dos autores pela comunidade científica, a garantia de divulgação e direitos de descoberta, a melhoria do currículo e o aumento de prestígio da Instituição e dos grupos de pesquisa envolvidos.

Os alunos Lays, Matheus e Stefany veem as conquistas oriundas do projeto como um bom estímulo para que mais jovens ingressem no mundo científico, a despeito dos possíveis percalços a serem encontrados pelo caminho. “Quando iniciamos nossa pesquisa, não tínhamos ideia de por onde começaríamos, pois tudo era novo para nós. Sempre gostamos da área de ciência, mas ainda não tínhamos prática alguma para realizarmos testes e conduções de experimentos, o que essencial em uma pesquisa pautada no valor fitoterápico da planta. Enfim, tudo que envolvia a parte de se trabalhar em um laboratório parecia-nos impossível”. Contam os jovens, que, após meses de pesquisa, apresentaram a mesma na FECITEC, que, ao conceder ao trabalho o 2º lugar, possibilitou a apresentação do mesmo na MOSTRATEC.

A SRE Metropolitana B se orgulha do trabalho realizado, bem como dos frutos ora colhidos. Tudo isso são sinais de que, a despeito das dificuldades comuns ao trabalho no contexto educacional, há alunos e professores dispostos a fazer a diferença. E temos como certo que a participação em feiras de ciências, a publicação em revistas científicas ou a conquista de prêmios não podem ser vistas como a finalização de um período de trabalho docente, mas como metodologias de trabalho que constantemente precisam ser renovadas no cotidiano da sala de aula. É necessário que todos juntos trabalhem para a multiplicação da iniciação científica em nossas escolas, o que, sem sombra de dúvida, gera resultados para lá de positivos para alunos, professores e toda a sociedade.

PIRES, Lays Costa; PEREIRA, Matheus Filipe Saldanha; MARTINS, Stéfany Teixeira; TOMÁZ, Larisa Amaral Diniz; FERREIRA, Fernanda Aires Guedes. Etnologia e atividade biológica da planta medicinal Himatanthus sucuuba. Scientia Prima, v. 4, n. 4, p. 5-10, jul. 2016.

Clique AQUI para ler a edição do Scientia Prima. Volume 04, nº 04 - Julho de 2016 - Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (ABRIC).
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Fonte: SRE Metropolitana B
Texto: Alex Gabriel da Silva
Imagem capa: freepik.com
Imagens: scientiaprima.incentivoaciencia.com.br

 

 

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